Como destravar oportunidades de emprego na Era Inteligente

Imagem de um homem colocando o dedo indicar numa tela na qual aparece o mapa mundial com luzes de led sobre vários pontos ilustra o post que aborda como destravar oportunidades de emprego na Era Inteligente.
O mercado global de trabalho está mudando – e a transição de emprego que resulta dessa mudança apresenta riscos e oportunidades. Créditos: Gerd Altmann/Pixabay.
    • Até 2027, 23% dos empregos mudarão; a previsão é de que surgirão 69 milhões de novas funções enquanto 83 milhões das atuais desaparecerão.
    • Isso representa uma transição histórica de empregos que está sendo impulsionada pela adoção de novas tecnologias e pelo impacto de longa duração da pandemia COVID-19.
    • É possível gerenciar efetivamente essa transição de empregos para garantir o crescimento e a proteção dos trabalhadores; uma nova pesquisa do Fórum Econômico Mundial detalhou exatamente como isso acontecerá.

    O mercado global de trabalho está passando por profundas mudanças que são impulsionadas pelo progresso e pela descoberta de novas tecnologias, mudanças econômicas e por uma transição verde que está em andamento. Particularmente por conta dos recentes e grandes avanços na Inteligência Artificial Generativa e das transformações da força de trabalho precipitadas pela crise da Covid-19, o cenário de empregos passará por uma nova reformulação em um futuro próximo.

    O Relatório Sobre o Futuro dos Empregos 2023 do Fórum Econômico Mundial projetou que até 2027, 23% dos empregos mudarão, com 69 milhões de novas funções criadas e 83 milhões de posições existentes previstas para desaparecerem, resultando em uma perda líquida de 14 milhões de empregos.

    Protegendo os trabalhadores enquanto os empregos mudam

    O relatório [acima citado] também enfatizou sobre a necessidade urgente em fornecer proteção social adequada aos trabalhadores que não possuem contratos de trabalho em tempo integral. Quase dois bilhões de pessoas trabalham em ambientes informais no mundo todo, o que representa cerca de 70% da mão de obra de países em desenvolvimento e de baixa renda e 18% nos de alta renda.

    Dada a sua suscetibilidade a choques econômicos e deslocamento por conta da mudança tecnológica, os trabalhadores informais são um grupo que precisa que os formuladores de políticas lhes assegurem uma renda no curto prazo e uma mudança para a formalização do local de trabalho no longo prazo.

    Neste contexto econômico de mudança rápida, o relatório mais recente do Fórum, Destravando Oportunidades: Uma Estrutura Global para Permitir Transições para os Empregos do Amanhã, explora a dinâmica das transições de emprego, destacando o papel crítico na adoção de uma abordagem proativa que prepare a força de trabalho para funções emergentes.

    As transições profissionais não são apenas uma resposta inevitável às crescentes demandas do mercado global de trabalho, mas também são um mecanismo crítico para otimizar a produtividade econômica e melhorar o bem-estar individual.

    À medida que os avanços tecnológicos, a transição verde e as mudanças econômicas interrompem os padrões tradicionais de emprego, torna-se essencial que os trabalhadores tenham capacidade de fazer a transição para as novas funções no sentido de manter seus empregos e conseguir uma mudança social.

    Como destravar oportunidades de emprego na Era Inteligente

    O relatório Desbloqueando Oportunidades […] conclui que, com esforços direcionados para a requalificação, colaboração multissetorial e redes eficazes de segurança do trabalhador, as transições no trabalho podem ser gerenciadas estrategicamente para o benefício de todos.

    Ao facilitar tais transições, as economias podem alinhar melhor a oferta de mão de obra com a demanda, reduzir o desemprego e oferecer aos trabalhadores a garantia de empregos melhor remunerados e estáveis nos setores em crescimento.

    As transições para empregos digitais, como desenvolvimento de software, estão entre as ocupações de destino mais frequentes nos dados globais analisados. Créditos: Benzoix/Freepik.

    Além disso, as transições profissionais proativas ajudam a mitigar os efeitos adversos do deslocamento de empregos e garantir que os trabalhadores não sejam deixados para trás diante da mudança econômica, mas que estejam posicionados para prosperar numa nova economia.

    O artigo também se baseia na pesquisa anterior feita pelo Fórum que mapeou as transições de emprego nos EUA, publicada em dois artigos distintos: Rumo a uma revolução de requalificação: um futuro de empregos para todos, e Rumo a uma revolução de requalificação: ação liderada pela indústria para o futuro do trabalho.

    Nos dois artigos, o foco foi dado aos empregos que devem diminuir no médio prazo por conta da automação dos avanços tecnológicos. Para identificar transições práticas de trabalho para os trabalhadores atuais nesses empregos, dois critérios amplos são considerados: viabilidade e conveniência.

    O segundo dos dois relatórios acima mencionados vai além do trabalho anterior, fornecendo uma estrutura de políticas para facilitar as transições de emprego, destacando: (1) Requalificação para novas oportunidades; (2) Melhoria da integração empregado-empregador; (3) Redes de segurança do trabalhador; e (4) Colaboração de várias partes interessadas para romper as barreiras do setor.

    Tendências emergentes na transição de empregos

    O segundo artigo, então, se baseia e amplia o escopo geográfico do trabalho do primeiro, que se concentrou apenas nos EUA, e expande a cobertura para 15 países em sete regiões, fornecendo uma compreensão global das oportunidades na transição de emprego. Para cada região, os pesquisadores examinam dados sobre transições de emprego a partir de dados de anúncios de vagas extraídos da web, em colaboração com a Lightcast, e destacam vários estudos de caso que enfatizam o potencial da região.

    Embora nossa análise regional forneça coberturas detalhadas de países individuais, várias tendências notáveis surgiram em todas as regiões estudadas:

    • Há um rápido crescimento das transições para empregos na área de serviços empresariais, como analista de negócios e representante de vendas, observados em países que possuem todo o espectro de renda.
    • As transições para empregos digitais, como desenvolvimento de software, estão entre as ocupações de destino mais frequentes nos dados globais analisados, geralmente oriundas de ocupações técnicas de nível inferior.
    • Há uma alta frequência de transições para as áreas da saúde, principalmente médicos e enfermeiros. As ocupações iniciais para essas transições tendem a ser feitas por outras funções na área da saúde que podem trabalhar em proximidade com cuidadores primários, como administradores ou técnicos de saúde.

    Artigo original (em inglês) publicado por Andrew Silva no Fórum Econômico Mundial–WEF.

    Sobre o autor

    Andrew Silva | Líder de Insights, Salários de Trabalho e Criação de Empregos, Fórum Econômico Mundial – WEF.


    Nota do editor: O artigo “O futuro do emprego na era da sustentabilidade e desglobalização” lista dez competências que estão em alta.


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