Demanda global por petróleo terá pico em 2025, prevê a BP
A demanda global por petróleo terá pico em 2025, prevê a BP na edição de 2024 de seu relatório Energy Outlook. A BP, empresa de petróleo e gás, sugere que a demanda global por petróleo ocorrerá no próximo ano e vai interromper o aumento das emissões de carbono à medida que a energia solar e eólica continuam a se expandir.
O relatório se concentrou em dois cenários principais de previsão – Trajetória Atual e Net Zero – e previu que o consumo de petróleo atingirá um pico de aproximadamente 102 milhões de barris por dia em 2025, [informou o jornal britânico] The Guardian. Ambos os cenários também projetam que as emissões de carbono culminarão em meados da década.
“O mundo está na fase de ‘adição de energia’ da transição energética, na qual consome quantidades crescentes de energia de baixo carbono e combustíveis fósseis“, disse o economista-chefe da BP, Spencer Dale, no prefácio do relatório. “O desafio é passar – pela primeira vez na história – para uma fase de ‘substituição energética’, em que a energia de baixo carbono aumenta rapidamente o suficiente para permitir que o consumo de combustíveis fósseis diminua, assim como as emissões de carbono”.
Os dois cenários apresentados no relatório mostram caminhos dramaticamente diferentes para a demanda futura de gás, disse o The Guardian.
Pelo cenário net zero, a demanda do óleo atingiria o pico em meados da década e seria reduzida pela metade até 2050, em comparação com os níveis de 2022. O cenário da trajetória atual, no entanto, diz que o uso do óleo continuará aumentando até meados do século.
A BP disse que suas previsões de trajetória atual levam em consideração as políticas climáticas em andamento e indicam que os orçamentos de carbono para manter as temperaturas globais abaixo de dois graus Celsius acima dos níveis pré-industriais seriam violados.
O uso de petróleo deve diminuir para 97,8 milhões de barris por dia até 2035 na trajetória atual – cinco por cento a mais do que a previsão da BP no ano passado. No cenário net zero, prevê-se que a demanda permaneça em 80,2 milhões de barris por dia até então, o que é 10% maior do que o relatório de perspectivas da BP para 2023.
“Os dois cenários também podem ser comparados para dar uma noção mais clara do que precisa ser feito para mudar o mundo de sua atual trajetória de emissões insustentáveis para um caminho consistente com as metas climáticas de Paris. Alerta de spoiler: entre outros aspetos, isto sugere a necessidade de uma maior eletrificação, alimentada por um crescimento ainda mais rápido da energia eólica e solar, uma aceleração significativa das melhorias na eficiência energética, juntamente com uma utilização crescente de toda uma gama de outras tecnologias e fontes energéticas de baixo carbono, incluindo biocombustíveis, hidrogênio de baixo carbono, além da captura, utilização e armazenamento de carbono”, disse Dale.
A BP irritou os ambientalistas quando mudou sua promessa de reduzir a produção de petróleo e gás em 40% (até o final da década) para 25% por conta da invasão da Ucrânia pela Rússia e do aumento resultante nos preços mundiais da energia, informou o The Guardian.
Dale disse que para evitar que as emissões aumentem ainda mais, as fontes de energia renovável precisariam ser implementadas no mesmo ritmo que os aumentos na demanda energética global.
O relatório previu que, sob as atuais políticas climáticas, a capacidade solar e eólica será oito vezes maior até 2050, mas se expandirá 14 vezes no cenário net zero.
Em ambos os cenários, espera-se que a China e as economias desenvolvidas sejam os epicentros da energia renovável na próxima década, representando cerca de 30 a 45% dos novos aumentos de capacidade.
A BP acrescentou que a expansão exponencial das energias solar e eólica não somente permitiria uma redução ainda maior nos custos energéticos e tecnológicos, mas apoiariam ainda mais os projetos renováveis.
“Quanto mais tempo levar para o mundo avançar para uma transição energética rápida e sustentada, maior será o risco futuro de um caminho de ajuste caro e desordenado”, disse Dale.
Artigo original (em inglês) publicado por Cristen Hemingway Jaynes na EcoWatch.
Sobre a autora
Cristen Hemingway Jaynes é uma escritora de ficção e não ficção. Ela possui diploma Juris Doctor e Certificado de Direito Oceânico e Costeiro pela Universidade do Oregon, além de mestrado em Escrita Criativa pela Universidade de Londres. Cristen é a autora da coleção de contos The Smallest of Entryways e da biografia de viagem Ernest’s Way: An International Journey Through Hemingway’s Life.