Estudo revela que viver perto de áreas verdes reduz risco de AVC
Existe alguma relação entre Acidente Vascular Cerebral (AVC) e morar distante de locais arborizados? Um grupo de pesquisadores afirma que sim. O resultado de um estudo revela que viver perto de áreas verdes reduz risco de AVC. Uma matéria da Science Daily diz que o estudo, conduzido por hospitais da Holanda e da Espanha e publicado no periódico Environmental International, conclui que o risco de sofrer um AVC isquêmico é 16% menor em pessoas que vivem próximas de espaços verdes situados a no máximo 300 metros de onde elas moram.
A pesquisa considerou o local de residência de cada uma das 3,5 milhões de pessoas estudadas, com idades acima de 18 anos e sem histórico de AVC, bem como a exposição que cada uma delas teve a três poluentes atmosféricos relacionados com o tráfego de veículos: material particulado de 2,5 mícrons (PM2,5), dióxido de nitrogênio (NO2) e partículas de fuligem.
De acordo com a Science Daily, os dados da pesquisa foram obtidos via georreferenciamento, mediante o uso de dados populacionais e informações de saúde obtidos pelo Programa de Dados Analíticos de instituições do governo, e tudo de forma anônima para proteger a privacidade dos participantes.
A análise dos resultados indica a existência de uma relação direta entre o aumento dos níveis de NO2 e de material particulado na atmosfera e o risco de derrame. Tais dados referem-se à população inteira, independentemente de hábitos de tabagismo ou fatores socioeconômicos e de idade, diz a publicação.
“Se realmente quisermos reduzir os múltiplos riscos que esses poluentes representam para a saúde das pessoas, precisamos adotar medidas ousadas para reduzir o uso do carro”.
Cathryn Tonne, pesquisadora da ISGlobal
A exposição a espaços verdes proporciona efeitos benéficos que podem ser medidos através de uma variedade de mecanismos, como a redução do estresse, o aumento de atividades físicas e o contato social com outras pessoas, diz o estudo.
Diante dos resultados apresentados, os autores da pesquisa reforçam a necessidade de refletir sobre se os níveis atuais de poluição atmosférica de nossas cidades são considerados seguros ou não.
A Science Daily diz que atualmente os limites estabelecidos pela União Europeia são de 40 μg/m3 para o NO2 e 25 μg/m3 para PM2.5 (ambos são reduzidos pela Organização Mundial da Saúde para 10 μg/m3 e 5 μg/m3, respectivamente), sem níveis definidos para partículas de fuligem.
“Apesar de os níveis estabelecidos pela União Europeia serem cumpridos, nos deparamos com o paradoxo de que ainda há um risco à saúde, como o que identificamos neste estudo, onde há uma relação direta entre a exposição a poluentes em nosso ambiente e o risco de sofrer um AVC. O perigo ainda está presente e muitas outras medidas precisam ser tomadas, considerando o aumento da população urbana e seu envelhecimento.”
Dra. Rosa Vivanco, principal autora do estudo e pesquisadora do IMIM-Hospital del Mar.
Nesse sentido, o chefe da Neurologia do Hospital del Mar e coordenador do Grupo de Pesquisa Neurovascular, Dr. Jaume Roquer, ressalta que os efeitos da poluição atmosférica, o ruído dos veículos e a falta de espaços verdes nas cidades demandam mais esforços e estratégias que possam reduzir os impactos sobre a população, diz a Science Daily.
Como seus efeitos são permanentemente nocivos e prejudiciais, devemos nos esforçar para alcançar cidades mais sustentáveis e onde viver não signifique um risco maior de doenças, conclui a matéria da Science Daily, cujo original pode ser lido aqui.
Sobre o autor | Fernando Oliveira
Fernando é o fundador e editor da Sustenare News. Ele é administrador de empresas, cientista da computação e doutor em energia pela Universidade de São Paulo (USP). Fernando morou nos Estados Unidos por dez anos, país onde cursou universidade e trabalhou por igual período para empresas de tecnologia e do ramo editorial.