Os ‘4 Cs’ de um Chief Sustainability Officer
- De quais qualidades um Chief Sustainability Officer (CSO) precisa?
- CSOs da Google, Microsoft, Siemens e First Abu Dhabi Bank discutem quatro atributos principais que os ajudam a ter sucesso em seu papel.
- A crise climática continua a dominar as ameaças de longo prazo identificadas pelo Relatório de Riscos Globais de 2024 do Fórum Econômico Mundial.
Há uma década, o papel de Chief Sustainability Officer (CSO) não existia em muitas empresas. Todavia, com os riscos relacionados às mudanças climáticas dominando os riscos globais de longo prazo identificados pelo Fórum Econômico Mundial, empresas em todo o mundo estão procurando reduzir seu impacto ambiental. E os CSOs passam a ter cada vez mais influência e responsabilidade.
Então, que qualidades são necessárias para prosperar nessa função? Conversamos com os principais CSOs globais para descobrir quatro atributos-chave que lhes permitem ter sucesso.
1. Colaboração
A capacidade de formar parcerias dentro e fora da empresa é fundamental, diz Shargiil Bashir, CSO do First Abu Dhabi Bank.
“Podemos aprender muito com diferentes indústrias”, diz ele. “Não vejo concorrência alguma na sustentabilidade. Precisamos do mundo e precisamos que o planeta vença nessa jornada. Então, para mim, não há competição com meus pares sobre sustentabilidade. Podemos compartilhar conhecimento […] para entender o que funcionou bem em outros lugares, porque esse ainda é um tema em evolução”.
2. Credibilidade
Em um ambiente de negócios desafiador, é imperativo que os CSOs mostrem o valor de suas recomendações.
“A sustentabilidade é mais poderosa se for uma parte inerente de como você olha para o seu negócio”, diz Judith Wiese, CSO da Siemens. “Na Siemens, fomos muito claros sobre nosso próprio roteiro de descarbonização, e o que ajudou muito é que você realmente converte algumas de suas metas de sustentabilidade em moeda que a empresa entenda”.
Ao fazer avaliações de precificação de carbono até 2030, Wiese conseguiu sinalizar os benefícios financeiros da redução da pegada de carbono da empresa. “Há casos de negócio [para a] sustentabilidade que você pode desenvolver com muita credibilidade”, ela conclui.
3. Consciência comercial
É claro que a sustentabilidade vai além da redução de custos ou reação às pressões da sociedade. Com a mentalidade certa, os CSOs podem ajudar a impulsionar novas linhas de negócios. Como uma empresa focada em informação e inovação, a Google tem sido capaz de reagir às tendências de pesquisa para fornecer resultados melhores para seus clientes.
“[As pessoas] querem informações úteis sobre sustentabilidade”, diz Kate Brandt, CSO da Google. “Vemos isso no Google Trends. As pessoas querem saber como comprar veículos elétricos, como colocar energia solar no telhado. E então estamos tentando oferecer ferramentas úteis para que elas possam fazer isso – cálculos para comprar um EV, informações sobre o potencial solar de seu telhado”.
Brandt acrescenta que, embora as oportunidades comerciais pareçam diferentes para outras organizações, entendê-las é uma parte importante de ser um CSO.
“Equilibrar isso com riscos, transparência e relatórios públicos está se tornando não apenas uma boa opção, mas uma exigência para muitas empresas”, diz ela.
4. Comprometimento
Talvez seja desnecessário dizer que o comprometimento é uma qualidade valorizada ao liderar esforços de sustentabilidade. Melanie Nakagawa, CSO da Microsoft, reflete sobre um provérbio bem conhecido.
“Nosso planeta hoje não é algo que herdamos de nossos ancestrais, mas que pegamos emprestado de nossos filhos. Acho que essa é uma ótima citação para incorporar por que as apostas são tão altas”, diz Nakagawa.
“Este é um planeta no qual todos nós precisamos viver, prosperar e ser produtivos. E, infelizmente, como as temperaturas continuam esquentando em nosso planeta, isso torna-se muito mais difícil. O papel que nós temos – de governos a empresas e organizações sem fins lucrativos – é vital se quisermos realmente criar essa transformação planetária.
Artigo original (em inglês) publicado por Gareth Francis no Fórum Econômico Mundial–WEF.