A tão esperada bateria de íons de lítio 4680 para veículos elétricos

Imagem de duas baterias de íons de lítio da Panasonic ilustra o post sobre a tão esperada bateria de íons de lítio 4680 para veículos elétricos.
A tão esperada bateria de íons de lítio 4680 que a Panasonic projetou para os EVs está pronta para produção em massa. Crédito: Panasonic.
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A Panasonic anunciou que está pronta para produzir em massa a tão esperada bateria de íons de lítio 4680 para veículos elétricos (EVs), projetada especificamente para aumentar a autonomia, potência, carregamento e eficiência dos EVs, além da redução de custos.

As baterias convencionais para EVs são normalmente construídas em torno de pilhas de 2170 células – 21mm de diâmetro, 70mm de comprimento. As células 4680, como o nome sugere, são muito mais gordas e um pouco mais longas, com 46 x 80mm.

Então, qual é a grande vantagem nisso? Bem, essas células 4680 mais gordas contêm cinco vezes mais energia do que suas primas menores. Isso não significa que você pode esperar um aumento de autonomia de 500% ao colocá-las em um EV, mas no nível do sistema elas exigem menos material de suporte, por isso são mais leves e compactas para uma determinada capacidade de energia.

De acordo com a EV Lithium, [essas baterias] também devem ser capazes de lidar com níveis mais altos de potência instantânea, o que significa melhor potência de pico para as rodas e carregamento mais rápido. Elas também devem lidar melhor com o calor, o que significa maior eficiência, bem como maiores saídas de energia sustentada. Finalmente, elas devem ser mais baratas e ajudar reduzir o custo dos compradores de carros que desejam ser mais verdes ao adquirir um elétrico.

Este é o mesmo tamanho de célula que a Tesla anunciou em seu Battery Day de 2020, com a promessa de aumentar a autonomia em torno de 16% e a potência de pico de produção em cerca de 600%, a um custo menor. Depois de sérias dificuldades, as células estão agora em produção – na verdade, a Tesla adotou o modelo 4680 ‘Cybercell’ de segunda geração para o veículo Cybertruck, e reduziu seu peso de 70g para impressionantes 49g.

A Panasonic ainda não publicou as especificações de suas baterias 4680, portanto ainda não podemos compará-las, mas a empresa transformou toda a sua fábrica de 60 mil metros quadrados em Wakayama, Japão, e a reequipou exclusivamente para produzir a bateria 4680, que começará após as avaliações finais, e contará com até 400 funcionários nas linhas de produção até março do próximo ano.

Uma fábrica inteira na província de Wakayama foi dedicada à bateria 4680 e servirá como demonstração para outras operações de fabricação. Crédito: Panasonic.

A empresa se define como sendo a número um do mundo na fabricação de baterias. Ela fez acordos com a Tesla, Toyota, Ford, e Lucid, entre outras, e também já explora outras parcerias com empresas como Subaru e Mazda.

“Estou animado por estarmos prontos para iniciar a produção em massa da bateria 4680 de última geração”, disse o presidente e CEO da Panasonic, Kazuo Tadanobu, em um comunicado à imprensa. “Este marco é o resultado de anos de experiência na fabricação de baterias cilíndricas de íons de lítio. Estou confiante de que ela revolucionará significativamente a indústria de baterias e de veículos elétricos. À medida que adicionamos a célula 4680 à nossa linha, atenderemos a uma gama mais ampla de necessidades, promovendo ainda mais o uso de EVs e avançando em nossa missão de promover uma sociedade sustentável”.

Enquanto isso, a Panasonic também assinou um acordo com a empresa Sila, com sede em Washington, para começar a usar a tecnologia de ânodo de silício de alto desempenho, a qual promete um aumento adicional de 25% na densidade de energia da bateria – pelo menos, em volume. No entanto, este [acordo] pode levar mais de cinco anos para atingir a produção em volume.

Certamente, qualquer coisa que possa usar a química confiável do íon de lítio e melhorar tudo, desde peso, volume, segurança, desempenho, autonomia e custo do EV, é um desenvolvimento muito bem-vindo.

Fonte: Panasonic

Artigo original (em inglês) publicado por Loz Blain na New Atlas.

Sobre o autor
Loz Blain passou oito anos perseguindo um diploma de artes na Universidade de Melbourne, Austrália. Sem foco e com deficiência de atenção, ele buscou mais de 30 áreas diferentes de estudo em humanidades e ciências, em uma série de caprichos, antes de se decidir por um curso de psicologia. Desde 2007, Loz é um dos colaboradores mais versáteis da New Atlas e desde então provou ser fotógrafo, cinegrafista, apresentador, produtor e engenheiro de podcast, além de redator sênior.

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