Câmera fotográfica usa energia do som em vez de bateria
Apesar das câmeras subaquáticas serem ótimas para monitorar a vida marinha, carregá-las e recuperar suas fotos podem representar tarefas desafiadoras. É aí que entra uma nova câmera projetada pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Para funcionar, ela não depende de uma bateria ou de um cabo de alimentação conectado à tomada. Além de ela ser capaz de transmitir suas fotos pela água via tecnologia wireless (sem o uso de fio), ao incorporar uma série de transdutores localizados em seu exterior, a câmera fotográfica usa energia do som em vez de bateria para ser carregada.
Quando as ondas sonoras de fontes como animais ou embarcações atingem um dos transdutores, a pressão exercida por essas ondas faz com que materiais especiais dentro do transdutor vibrem. Como esses materiais são piezoelétricos, eles produzem uma corrente elétrica em resposta à ação vibratória. Uma vez que a energia suficiente tenha sido produzida dessa maneira e armazenada em um super capacitor, ela consegue registrar uma foto.
Sensores de imagem de ultra baixa potência são usados com o propósito de manter os requisitos de energia para essa tarefa os mais baixos possíveis. No entanto, Infelizmente esses sensores capturam apenas imagens em tons de cinza.
Uma maneira para contornar tal limitação, cada foto na verdade consiste em três exposições separadas – uma é tirada com LEDs vermelhos para iluminação, a outra é tirada com LEDs verdes e uma terceira foto é tirada com LEDs azuis.
Embora cada exposição pareça ser em preto e branco, ela mostra como o objeto reflete a luz no comprimento de onda vermelho, verde ou azul. Dessa forma, quando todas as três imagens são posteriormente analisadas e combinadas, é possível formar uma foto colorida composta.
Para que essa foto digital seja transmitida sem fio (via codificação binária nas formas de 1 e 0), um transceptor localizado na superfície transmite sinais rápidos de ondas sonoras através da água para a câmera. Um módulo na câmera responde refletindo o sinal de volta para o transceptor (indicando que é 1), ou absorvendo o sinal (indicando que é 0). Portanto, acompanhando quais sinais são refletidos de volta para o transceptor e quais não são, é possível que um computador na superfície grave padrões de 1 e 0 para representar a foto.
Até agora, a tecnologia tem um alcance subaquático máximo de 40 metros e foi usada com sucesso para tarefas como documentar o crescimento de uma planta subaquática ao longo de uma semana. A equipe do MIT agora espera aumentar o alcance e a memória da câmera, na medida em que possa transmitir imagens em tempo real e até gravar vídeo com movimento total.
Um artigo sobre a pesquisa foi publicado recentemente no renomado periódico científico Nature Communications.
As imagens tiradas com a câmera podem ser vistas no vídeo (em inglês) a seguir.
Fonte: MIT
Artigo original (em inglês) publicado por Ben Coxworth, na New Atlas.
Sobre o autor
Ben Coxworth está sediado em Edmonton, Canadá, escreve para a New Atlas desde 2009 e atualmente é editor-chefe para a América do Norte. Escritor autônomo e experiente, formado em inglês pela Universidade de Saskatchewan, ele passou mais de 20 anos trabalhando em vários mercados como repórter de televisão, cinegrafista e produtor de notícias.
.
Outro artigo publicado pela Sustenare sobre câmera que usa energia renovável.
Câmera externa de vigilância com painel solar e bateria interna.