Mercado de roupas usadas cresceu 7X nos EUA em 2023

Imagem de um cabideiro cheio de roupas de segunda mão ilustra o post cujo título diz que o mercado de roupas usadas cresceu 7X nos EUA em 2023.
O mercado global de roupas usadas deve atingir US$ 350 bilhões até 2028. Imagem: Pixabay.

As vendas de roupas de segunda mão devem representar 10% do mercado de moda em todo o mundo, já que as preocupações ambientais e os altos preços [de roupas novas] inspiram os consumidores a comprar itens usados, conforme sugere o Relatório de Revenda de 2024 da ThredUp – brechó e loja de consignação online.

A empresa de análise GlobalData inclui projeções até 2033 em seu 12º estudo anual. Suas conclusões são baseadas em uma pesquisa feita com 3.654 consumidores nos Estados Unidos, e numa outra com 50 das principais marcas varejistas de moda do país, disse a ThredUp em um comunicado de imprensa.

“O mercado global de roupas usadas continua a crescer – uma prova do valor intrínseco que os compradores encontram na experiência de segunda mão e prova da mudança sísmica em direção a um ecossistema de moda mais circular“, disse o cofundador e CEO da ThredUp, James Reinhart. “Ao celebrarmos esse progresso, também reconhecemos o papel poderoso que o governo pode desempenhar na aceleração da transição para um futuro mais sustentável para a moda”.

Agora em seu 12º ano, o Relatório de Revenda mostra alguns dos sinais mais promissores de como esse futuro poderia ser com níveis crescentes de suporte. Até que a moda deixe de ser um dos setores mais prejudiciais da economia global, continuaremos a defender que o governo ajude a impulsionar a adoção e a mudança de comportamento no setor.

O mercado global de roupas usadas está superando o setor de varejo geral e deve aumentar a uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 12%, para US$ 350 bilhões até 2028.

O mercado de segunda mão nos EUA superou o mercado geral de roupas de varejo em sete vezes em 2023. Até 2028, a projeção é chegar a US$ 73 bilhões.

Dentro de cinco anos, o relatório sugere que a revenda online de roupas deve mais do que dobrar e alcançar US$ 40 bilhões a um CAGR de 17%.

“Os compradores gravitam em torno da compra de roupas de segunda mão online. Pela primeira vez, as gerações mais jovens preferem comprar online em vez de numa loja física”, disse a ThredUp.

Na verdade, 45% dos jovens preferem comprar roupas de segunda mão online, em comparação com 38% que preferem visitar um varejista físico.

“Com mais da metade de todos os consumidores comprando roupas de segunda mão no ano passado, é evidente que a revenda agora está firmemente inserida no cenário da moda. A compra em segunda mão transcende gerações, com o papel da revenda mudando ao longo da vida dos consumidores. Os compradores mais jovens recorrem à segunda mão para se expressarem e ajudarem a criar o seu estilo pessoal; os pais confiam na segunda mão para equipar suas famílias de forma econômica e eco consciente; e as gerações mais velhas recorrem à segunda mão para conquistar marcas acessíveis e de alto padrão e pela emoção da busca. A flexibilidade da roupa de segunda mão em atender a necessidades tão variadas é uma das principais razões pelas quais ela se tornou tão popular e tem uma trajetória de crescimento tão promissora”.

Neil Saunders, diretor-gerente da GlobalData

Aproximadamente dois em cada três consumidores que compraram roupas de segunda mão em 2023 fizeram pelo menos uma compra online – aumento de 17 pontos em relação a 2022.

“Quase três em cada quatro consumidores dizem que, quando se trata de gastos com vestuário, o valor é rei”, diz o comunicado. Enquanto “60% dos consumidores dizem que comprar roupas de segunda mão faz o dinheiro render, 55% dizem que gastarão mais em roupas usadas se a economia não melhorar”.

A ThredUp sugere que as 163 marcas que agora oferecem lojas de revenda – incluindo J. Crew e American Eagle – representam um aumento de 31% em relação a 2022.

Onde a revenda é oferecida, ela gerará um mínimo de 10% da receita geral de uma empresa dentro de cinco anos, de acordo com quase 66% dos executivos de varejo, disse o relatório.

Quase 90% dos executivos de varejo que oferecem revenda disseram que ela aumentou suas metas de sustentabilidade. E mais de um terço dos consumidores disseram que compram em segunda mão para poder comprar marcas mais sofisticadas – um aumento de 11 pontos em relação a 2022.

Eleitores expressaram seu apoio a candidatos que apoiam a economia circular da moda, com 42% dos consumidores dizendo que o governo precisa tomar medidas legislativas para promover a moda sustentável.

Reinhart disse que a futura legislação projetada para conter a fast fashion globalmente está inspirando as marcas a agir, informou o The Guardian.

“É difícil não acreditar que haverá alguma atividade nessa área nos próximos três a cinco anos, por conta da quantidade de vestuário cujo destino é o aterro sanitário“, disse Reinhart, conforme noticiou o The Guardian.

Artigo original (em inglês) publicado por Cristen Hemingway Jaynes na EcoWatch.

Sobre a autora
Cristen Hemingway Jaynes é uma escritora de ficção e não ficção. Ela possui diploma Juris Doctor e Certificado de Direito Oceânico e Costeiro pela Universidade do Oregon, além de mestrado em Escrita Criativa pela Universidade de Londres. Cristen é a autora da coleção de contos The Smallest of Entryways e da biografia de viagem Ernest’s Way: An International Journey Through Hemingway’s Life.

Outros Posts