Quanto custa carregar um veículo elétrico e abastecer um a gasolina
Isso tem sido verdade há anos: quilômetro por quilômetro, é mais barato – geralmente muito mais barato – recarregar um veículo elétrico [BEV] do que reabastecer um com motor a combustão interna.
Esse tem sido um ponto de venda importante para a Tesla e outros fabricantes de BEVs, principalmente em tempos em que os preços da gasolina dispararam, como agora. Mas desta vez há um porém: embora os preços da gasolina tenham de fato disparado após a invasão da Ucrânia pela Rússia, os preços da eletricidade também subiram – particularmente em algumas partes dos EUA que têm sido grandes mercados para os BEVs da Tesla.
Isso levanta uma questão: ainda é verdade ser muito mais barato “reabastecer” um BEV? Os gráficos abaixo não apenas mostram quanto o custo para adicionar 100 milhas de alcance ao BEV médio ou veículo de combustão interna mudou em diferentes mercados ao longo do tempo, mas nos ajudam a encontrar a resposta.
O primeiro gráfico, usando números nacionais, fornece uma linha de base. Os outros usam dados específicos de Boston e San Francisco, dois mercados nos quais os veículos elétricos são populares – e onde a eletricidade tende a ser mais cara do que a média nacional.
A resposta em todos os três casos é que – mesmo com aumentos regionais no preço da eletricidade – ainda é um pouco mais caro encher o tanque de gasolina do que carregar a bateria de seu BEV.
As tarifas de eletricidade acompanharam aproximadamente os aumentos do preço da gasolina em Boston e São Francisco. No entanto, adicionar 100 milhas de alcance a seu veículo de combustão interna nos EUA tornou-se nos últimos dois meses, em média, mais caro do que carregar um BEV com energia equivalente.
É provável que isso mude? Embora os preços do petróleo provavelmente caiam nos próximos meses à medida que os produtores aumentarem a produção, é improvável que o preço da eletricidade suba o suficiente para tornar os BEVs menos acessíveis ao longo de seus ciclos de vida do que as alternativas de combustão interna.
Usando dados de fevereiro, o analista da Jeffries, David Kelley, calculou recentemente que o custo total de propriedade de um BEV ao longo da vida é cerca de US$ 4.700 menor do que o de um veículo de combustão interna. Ele disse que a diferença de custo provavelmente aumentará à medida que mais BEVs chegarem ao mercado – e à medida que os preços das baterias continuarem caindo – nos próximos dois anos.
Como analisamos os números
Quando montamos os gráficos, tínhamos três perguntas em mente:
• Quanto custa adicionar 100 milhas de alcance ao veículo médio de combustão interna e ao BEV médio?
• Como esses custos mudaram nos últimos três anos? (Voltar três anos até fevereiro de 2019 nos dá uma linha de base pré-pandemia.)
• Como esses custos variaram em diferentes partes dos EUA?
Para a gasolina, a Agência de Proteção Ambiental [EPA] informou que o veículo novo médio vendido nos EUA em 2020 tinha uma classificação combinada de economia de combustível de 25,7 milhas por galão. Dirigir 100 milhas nesse veículo médio usaria 3,9 galões de gasolina. (Os números de 2021 ainda não foram divulgados.)
No lado dos veículos elétricos, a classificação de eficiência da EPA para BEVs – chamada “MPGe”, para milhas por galão equivalente – dá aos consumidores uma ideia de quão longe um BEV pode viajar com 33,7 quilowatts-hora (kWh) de carga. Por que 33,7 kWh? Essa é a quantidade de eletricidade que é quimicamente equivalente à energia em um galão de gasolina comum.
A classificação MPGe média para BEVs ano/modelo 2022 vendidos nos EUA é de cerca de 97, portanto, dirigir 160 quilômetros nesse veículo médio hipotético consumiria 34,7 kWh de eletricidade.
Usando dados mensais da Administração de Informações sobre Energia dos EUA (para preços da gasolina) e do Bureau of Labor Statistics dos EUA (para tarifas de eletricidade), de fevereiro de 2019 a fevereiro de 2022, os gráficos acima comparam como o preço de 3,9 galões de gasolina mudou em relação ao preço de 34,7 kWh ao longo do tempo.
— Crystal Mercedes da CNBC contribuiu para este artigo.
Artigo original (em inglês) publicado por John Rosevear na CNBC.
Sobre o autor
John Rosevear está baseado na costa leste dos Estados Unidos (Boston – New York City) e escreve para a CNBC sobre o futuro dos automóveis e transporte | Twitter/X: @john__rosevear
