Emissões de NOx aumentaram 40% de 1980 a 2020, diz estudo

Imagem de um trator aplicando fertilizante a base de nitrogênio em um campo bem verde ilustra o post cujo título diz que as emissões de NOx aumentaram 40% de 1980 a 2020.
Um agricultor aplica fertilizante a base de nitrogênio em uma plantação. Imagem: James Baltz/Unsplash.

Um novo estudo conduzido por uma equipe de cientistas internacionais descobriu que as emissões de óxido nitroso (NOx), um dos gases de efeito estufa mais potentes, aumentaram continuamente durante um período de 40 anos.

O estudo, publicado na Earth System Science Data, descobriu que as emissões de óxido de dinitrogênio (N2O) aumentaram 40% de 1980 a 2020, atingindo cerca de três milhões de toneladas métricas por ano.

De acordo com o estudo, entre 2020–2021 foi o período em que as emissões de óxido nitroso tiveram a taxa de crescimento mais rápida desde 1980, quando o rastreamento se tornou mais confiável. Somente em 2020, as emissões de óxido nitroso atingiram cerca de 10 milhões de toneladas, com oito milhões de toneladas métricas atribuídas à agricultura, informou o Scripps Institution of Oceanography, da Universidade da Califórnia em San Diego.

Os efeitos de aquecimento de um quilo de óxido nitroso representam cerca de 265 vezes os efeitos de aquecimento da mesma quantidade de dióxido de carbono, informou a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos.

Embora as emissões de NOx tenham aumentado, o estudo observou que as emissões do gás que são oriundas de fontes naturais têm sido constantes, o que significa que no caso do aumento, é possível ele estar fortemente atrelado às atividades humanas.

Mesmo após 2020, as emissões de óxido nitroso permanecem sem controle, com um aumento de quase 25% em 2022 em comparação com os níveis pré-industriais.

“As emissões de óxido nitroso das atividades humanas devem diminuir para limitar o aumento da temperatura global a 2°C, conforme estabelecido pelo Acordo de Paris”, disse Hanqin Tian – principal autor do relatório e professor de sustentabilidade global do Instituto Schiller, na Boston College – em um comunicado à imprensa. “Reduzir as emissões de N2O é a única solução, já que até o momento não existem tecnologias que possam removê-lo da atmosfera”.

O estudo encontrou algum progresso para reduzir essas emissões, embora mais ações sejam necessárias, disseram os autores. As emissões de óxido nitroso na Europa têm diminuído 31% desde a década de 1930.

Embora a China seja o maior emissor mundial de óxidos nitrosos desde 2010, de acordo com o estudo, o país viu desacelerar a taxa dessas emissões desde meados da década de 2010. Depois da China, os maiores emissores globais são Índia, Estados Unidos, Brasil, Rússia, Paquistão, Austrália, Indonésia, Turquia e Canadá.

Nos Estados Unidos, a agricultura é um dos principais contribuintes de óxidos nitrosos, mas as emissões das atividades industriais diminuíram. Globalmente, a agricultura contribuiu com aproximadamente 74% de todas as emissões de óxidos nitrosos nos últimos 10 anos, segundo o relatório.

“Embora tenha havido algumas iniciativas bem-sucedidas de redução de nitrogênio em regiões diferentes [do mundo], percebemos haver uma aceleração na taxa de acumulação de N2O na atmosfera nesta década”, disse Josep Canadell, diretor executivo do Global Carbon Project e pesquisador da Organização de Pesquisa Científica e Industrial da Commonwealth da Austrália. “As taxas de crescimento do N2O atmosférico em 2020 e 2021 foram maiores do que em qualquer ano anterior observado e mais de 30% maiores do que a taxa média de aumento na década anterior”.

Como as emissões de NOx têm atingido recordes nos últimos anos, os autores do estudo científico recomendaram avaliações frequentes, bem como melhorias nas práticas agrícolas, tais como limitar o uso de fertilizantes nitrogenados para diminuir as emissões. Eles também observaram que é necessário um melhor registro das fontes dessas emissões, bem como dos sumidouros de óxidos nitrosos.

Artigo original (em inglês) publicado por Paige Bennett na EcoWatch.

Sobre a autora
Paige Bennett se formou em Jornalismo pela Universidade de Ohio e possui um certificado em Estudos de Mulheres, Gênero e Sexualidade. Ela também se especializou em agricultura sustentável enquanto fazia sua graduação. Baseada em Los Angeles, Bennett é uma escritora apaixonada por sustentabilidade.

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